O objetivo exclusivo deste jornal é a disseminação de ideias. As ideias a que me refiro foram-me propostas por don Juan Matus, um feiticeiro ou xamã índio mexicano que me guiou durante um aprendizado de treze anos. Pretendo apresentar esses conceitos de forma direta e concisa.
Minhas tentativas de publicar este jornal remontam a 1971, mas foram recusadas porque não se conformavam com a noção preconcebida de um jornal acadêmico, uma revista ou mesmo um boletim informativo. Eu o vejo como uma tentativa de unir o mundo da especulação filosófica do homem ocidental com as observações-visões dos feiticeiros índios de tempos antigos.
Decidi, com o acordo unânime de meus companheiros, mudar o nome deste jornal, de O Caminho do Guerreiro, para LEITORES DO INFINITO. Isso se conforma a uma das observações-visões de don Juan: ele a chamava de leitura do infinito. Ele disse que, quando se adquire o “silêncio interior”, o horizonte aparece ao olho do vidente como uma folha de lavanda onde um ponto da cor de romã explode em um infinito que pode ser lido. Um desafio válido concebido por don Juan для tais leitores é tornarem-se leitores do infinito. Este jornal é um convite a todos para se tornarem leitores do infinito.
(Carlos Castaneda, O Caminho do Guerreiro – Um Jornal de Hermenêutica Aplicada)