silêncio interior

O Lado Ativo do Infinito – O Ponto de Ruptura

Neste capítulo, don Juan explica que um feiticeiro precisa de um “ponto de ruptura” para que o silêncio interior realmente se estabeleça. Ele diz a Castaneda que seu ponto de ruptura é deixar seus amigos e todo o seu modo de vida, propondo que ele “morra” isolando-se em um quarto de hotel dilapidado até que sua “pessoa” — sua mente e seus apegos — desapareça. Castaneda inicialmente se recusa, e don Juan o deixa, aparentemente para sempre. Após um período de euforia e liberdade, Castaneda retoma sua vida antiga até que sua identificação completa e assustadora com um amigo autodestrutivo o leva ao seu próprio ponto de ruptura. Ele espontaneamente aluga um quarto em um hotel de Hollywood e fica por meses até que seu antigo eu “morra”. Mais tarde, atolado em uma nova vida sem sentido e contemplando o suicídio, don Juan reaparece. Ele diz a Castaneda que ele finalmente atingiu seu ponto de ruptura e lhe dá uma hora para dissolver sua vida atual antes de encontrá-lo no México. Falhando em cumprir o prazo, Castaneda usa uma técnica para alcançar o silêncio interior e “sonha” que está com don Juan, que confirma que ele fez a jornada não através de um sonho, mas através de seu silêncio interior.

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O Lado Ativo do Infinito – Viagens através do Mar Escuro da Consciência

Neste capítulo final do livro, don Juan esclarece que o “sonho-fantasia” anterior de Castaneda de encontrá-lo na cidade foi, em termos de feitiçaria, uma “jornada através do mar escuro da consciência” real, possibilitada por seu silêncio interior acumulado. Ele diferencia isso de “sonhar”, a arte de deslocar deliberadamente o ponto de aglutinação para perceber outros mundos. Guiado por don Juan, Castaneda empreende uma jornada deliberada a partir do silêncio interior, encontrando-se transportado para uma cidade Yaqui hostil onde de repente consegue entender sua língua, não palavra por palavra, mas em padrões de pensamento. Em seguida, ele se encontra em outra cidade, onde percebe as pessoas não como ovos luminosos, mas como estranhos núcleos insectoides de formas geométricas com um filamento semelhante a uma corda no topo. Após essas jornadas inexplicáveis que quebram a continuidade do tempo, don Juan explica que este é o efeito do silêncio interior: ele permite viajar através do mar escuro da consciência, guiado pela força do intento.

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O Lado Ativo do Infinito – A Visão Clara

Neste último capítulo do livro, Castaneda se encontra em um dilema, incapaz de lidar com o mundo das pessoas comuns após ser influenciado por don Juan. Sua nova percepção o leva a julgar a todos pelos padrões de impecabilidade de don Juan, o que causa uma crise em sua vida acadêmica e pessoal. Ele relata suas experiências com um chefe gentil mas passivo, Ernest Lipton, cuja impotência lhe lembra seu próprio pai. Don Juan o aconselha que o problema não está nos outros, mas em sua própria “autorreflexão”. O clímax ocorre um dia no campus da UCLA, quando Castaneda é dominado por um estranho tremor, perde sua visão normal e, pela primeira vez, “vê” conscientemente a energia diretamente — percebendo as pessoas como esferas luminosas e peludas. Ele tem a chocante revelação de que sempre percebeu a energia desta forma, mas nunca esteve ciente disso. A experiência termina com ele acordando inexplicavelmente em seu apartamento a quilômetros de distância. Don Juan confirma que ele “parou o mundo”, viajou a partir do silêncio interior e experimentou a “visão clara” ou “perder a forma humana”, deixando-o com a enlouquecedora questão do que o impediu de acessar essa percepção por toda a vida.

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O Lado Ativo do Infinito – Sombras de Lama

Neste último capítulo do livro, don Juan apresenta a Castaneda o que ele chama de “o tópico dos tópicos”: um predador das profundezas do cosmos que assumiu o controle da vida humana. Ele explica que os feiticeiros podem ver esses seres como sombras escuras e fugazes, as quais ele encoraja Castaneda a perceber. Segundo don Juan, esses predadores, ou “voladores”, consomem a “camada brilhante de consciência” que envolve os seres humanos, deixando apenas uma franja estreita que é o epicentro de nossa autorreflexão. Eles mantêm os humanos dóceis e fracos, dando-nos sua mente — uma instalação estrangeira cheia de contradição, cobiça e covardia — e depois se alimentam das labaredas de consciência produzidas por nossos problemas fúteis e egocêntricos. Don Juan afirma que o único impedimento é a disciplina, que torna a consciência de um feiticeiro intragável. O objetivo final é sobrecarregar a “mente do volador” com o silêncio interior até que ela fuja permanentemente. Para dar a Castaneda uma experiência direta, don Juan o guia para “ver” um volador a partir de um estado de silêncio interior, resultando em um encontro aterrorizante com uma “sombra de lama” gigantesca e saltitante que deixa Castaneda física e emocionalmente arrasado, chorando pela impotência da humanidade.

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O Lado Ativo do Infinito – Iniciando a Jornada Definitiva: O Salto no Abismo

Neste capítulo culminante, don Juan anuncia que seu tempo na Terra terminou e que ele está partindo em sua “jornada definitiva”. Em uma mesa remota, ele diz a Castaneda que sua tarefa final como aprendiz é saltar em um abismo, um ato que o mergulhará no infinito. Antes do salto, no entanto, Castaneda deve se despedir de todos a quem está em dívida. Ele relata três relacionamentos formativos de sua infância: com o Sr. Acosta, um caçador que lhe ensinou sobre a solidão; com Sho Velez, um jovem amigo cuja coragem lhe ensinou que se deve ter algo pelo que morrer; e com sua avó e seu filho adotivo Antoine, cuja partida dramática lhe ensinou sobre a finalidade do tempo. Após gritar seus agradecimentos a esses “fantasmas”, don Juan dá suas últimas palavras de conselho, instando Castaneda a ser impecável e a esquecer o eu. Então, don Juan e seu grupo de quinze feiticeiros se transformam em seres luminosos e ascendem ao céu. Sabendo que seu tempo também se esgotou, Castaneda corre a toda velocidade e salta no abismo.

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O Lado Ativo do Infinito – A Viagem de Volta

Este último capítulo do livro detalha a experiência de Castaneda imediatamente após seu salto no abismo. Ele acorda em seu apartamento de Los Angeles sem memória da viagem de volta do México, com o corpo atormentado pela dor, mas a mente estranhamente calma e desapegada. O salto estilhaçou sua percepção linear do tempo e do eu, deixando-o com quase-memórias e a crua constatação de que sua vida antiga acabou. Em uma lanchonete, ele experimenta uma unificação total de seu ser, à medida que todas as suas memórias fragmentadas de estados de consciência elevada se tornam um único fluxo contínuo. Ele entende que essa integração é um resultado direto do salto. Agora ele compreende plenamente sua nova condição como um “guerreiro-viajante”, para quem apenas fatos energéticos importam. Ele sente don Juan não como uma pessoa de quem sentir falta, mas como uma passagem impessoal e silenciosa que ele agora deve percorrer sozinho. O capítulo termina com um homem estranho e mentalmente desequilibrado que grita de terror ao vê-lo, confirmando o novo e alterado estado de ser de Castaneda e sua solidão final.

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O Deslocamento Para Baixo – O Fogo Interior

Neste capítulo, don Juan retoma seus ensinamentos sobre o ponto de encaixe, explicando seu papel crucial na percepção e como sua posição dita nossa realidade. Castaneda aprende que a casa em que estão é um exercício de perseguição (stalking) para o grupo do nagual, enfatizando o desapego de ideias fixas. Don Juan descreve como o andar do poder de Genaro desloca o ponto de encaixe de Castaneda, levando a diferentes experiências perceptivas — primeiro de ação agressiva, depois de amor espiritual. A chave para esses deslocamentos é o silêncio interior e a interrupção do diálogo interno, que é o que normalmente fixa o ponto de encaixe. Don Juan revela que essa fixação é incutida desde a infância por professores humanos, e que os guerreiros podem aprender a mover seu ponto por meio do intento. A discussão também abrange diferentes tipos de deslocamentos: os deslocamentos laterais (levando a fantasias ou alucinações mundanas) e os “deslocamentos para baixo” (levando a transformações animais, que os velhos videntes perseguiram erroneamente e que os novos videntes evitam devido à sua natureza perigosa). Don Juan explica que, embora outros organismos também tenham pontos de encaixe, apenas os humanos possuem a capacidade única de “desnatar” ou refinar ainda mais sua realidade percebida, uma habilidade poderosa, mas potencialmente prejudicial se não for controlada adequadamente.

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A Espreita, o Intento e a Posição de Sonhar Acordado – O Fogo Interior

Don Juan continua seus ensinamentos sobre a maestria da consciência, introduzindo as três pedras angulares das práticas dos novos videntes: a maestria da espreita, a maestria do intento e a maestria do sonhar acordado. Ele explica que a espreita, um controle sistemático do comportamento, desloca sutilmente o ponto de encaixe e foi desenvolvida de forma única pelos novos videntes para lidar com pessoas. A maestria do intento envolve compreender e guiar propositalmente a “vontade”, a energia de alinhamento que molda a percepção. Don Juan então elabora sobre o sonhar acordado, revelando-o como a maneira mais eficaz de mover o ponto de encaixe, começando com seu deslocamento natural durante o sono. Ele detalha os perigos do sonhar acordado, enfatizando a necessidade da sobriedade e do caminho do guerreiro para cultivar a força interior necessária para guiar o deslocamento do ponto de encaixe nos sonhos. Castaneda presencia o corpo de sonhar acordado de Genaro em ação, uma mancha luminosa não humana, e aprende que a verdadeira maestria permite acordar em diferentes “posições de sonhar acordado”. O capítulo sublinha que a impecabilidade e a intento inflexível são essenciais para alcançar esses deslocamentos e o pleno potencial de um guerreiro, permitindo até mesmo o sonhar coletivo entre videntes.

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O Impulso da Terra – O Fogo Interior

Don Juan retoma seus ensinamentos revelando a descoberta dos antigos videntes de que a Terra em si é um ser senciente com seu próprio casulo luminoso. Ele explica que a Terra pode fornecer um tremendo impulso aos guerreiros, um impulso chave para deslocar o ponto de encaixe e entrar em outros mundos. Castaneda, com a ajuda de Genaro, experimenta tal deslocamento, entrando em um terrível mundo “infernal” através do andar do poder e das emanações da Terra. Essa experiência, guiada pelo silêncio interior, destaca que o desconhecido não é meramente interno, mas existe na vastidão das emanações da Terra. Don Juan e Genaro, revelados a Castaneda através da “visão” como mestres espreitadores, demonstram como manipulam sua percepção para fins de ensino. Castaneda também testemunha Genaro desaparecer ao entrar completamente em outro mundo, enfatizando que a posição do ponto de encaixe define a realidade. O capítulo ressalta que apenas guerreiros disciplinados com total silêncio interior podem utilizar com segurança o impulso da Terra para montar e navegar nesses outros mundos, um feito que os velhos videntes frequentemente não compreenderam.

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A Jornada do Corpo de Sonhar – O Fogo Interior

Don Juan culmina sua explicação da maestria da consciência ao atribuir a Castaneda a tarefa de quebrar a barreira da percepção sem ajuda, deslocando seu ponto de encaixe para uma posição de sonhar acordado. Ele revela que a jornada inicial do corpo de sonhar acordado (também chamado de “o outro”) é uma forma de dualismo perceptivo, desencadeada por um susto extremo e guiada pelo silêncio interior. Castaneda relembra uma experiência passada em que percebeu o corpo de sonhar acordado de Genaro e ficou chocado ao testemunhar seu próprio duplo. Don Juan esclarece que essas experiências são deslocamentos do ponto de encaixe, não ilusões, e que a verdadeira viagem no corpo de sonhar acordado ocorre quando ele se sobrepõe ao corpo físico. Castaneda também recorda ser impulsionado por vastas distâncias em seu corpo de sonhar acordado, despertando na casa de Carol, a mulher nagual, destacando o incrível potencial de movimento e de sonhar compartilhado. Don Juan enfatiza que a percepção da realidade está inteiramente ligada à posição do ponto de encaixe e que os guerreiros devem integrar essas experiências variadas. Apesar das profundas implicações e da turbulência emocional de Castaneda, don Juan mantém que o caminho para a liberdade exige intento inflexível e que a compreensão última vem de abraçar o mistério de renunciar à consciência na morte.

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