Carlos Castaneda

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O Lado Ativo do Infinito – Além da Sintaxe: O Condutor

Neste capítulo, don Juan apresenta a Castaneda a técnica de feitiçaria da “recapitulação” — um relato formal e meticuloso de toda a vida de uma pessoa a fim de criar um “espaço” para novos conhecimentos. Ele explica a visão dos feiticeiros sobre o universo, onde a percepção é montada no “ponto de aglutinação” à medida que os filamentos de energia do “mar escuro da consciência” são interpretados. O objetivo da recapitulação é oferecer as experiências de vida de alguém de volta a essa consciência cósmica no momento da morte, salvando assim a força vital da pessoa. Para iniciar este processo, don Juan diz a Castaneda que ele deve primeiro encontrar um “introdutor”, uma única memória poderosamente clara que iluminará todas as outras. Deixado para a tarefa, Castaneda recorda vividamente um evento formativo de sua infância: ser um prodígio do bilhar secretamente empregado por um notório jogador, Falelo Quiroga. Este acordo culmina quando Quiroga exige ameaçadoramente que Castaneda perca propositalmente uma partida de altas apostas. Antes que Castaneda seja forçado a escolher, sua família se muda, deixando o dilema sem solução. Don Juan explica que esta memória é o introdutor perfeito, pois encapsula o conflito central e não resolvido da vida de Castaneda: estar preso entre o desejo de abraçar o infinito e o impulso simultâneo de fugir dele.

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O Lado Ativo do Infinito – Viagens através do Mar Escuro da Consciência

Neste capítulo final do livro, don Juan esclarece que o “sonho-fantasia” anterior de Castaneda de encontrá-lo na cidade foi, em termos de feitiçaria, uma “jornada através do mar escuro da consciência” real, possibilitada por seu silêncio interior acumulado. Ele diferencia isso de “sonhar”, a arte de deslocar deliberadamente o ponto de aglutinação para perceber outros mundos. Guiado por don Juan, Castaneda empreende uma jornada deliberada a partir do silêncio interior, encontrando-se transportado para uma cidade Yaqui hostil onde de repente consegue entender sua língua, não palavra por palavra, mas em padrões de pensamento. Em seguida, ele se encontra em outra cidade, onde percebe as pessoas não como ovos luminosos, mas como estranhos núcleos insectoides de formas geométricas com um filamento semelhante a uma corda no topo. Após essas jornadas inexplicáveis que quebram a continuidade do tempo, don Juan explica que este é o efeito do silêncio interior: ele permite viajar através do mar escuro da consciência, guiado pela força do intento.

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O Lado Ativo do Infinito – A Consciência Inorgânica

Neste último capítulo do livro, don Juan revela que é o líder de um grupo de quinze feiticeiros. Ele então apresenta a Castaneda o conceito de “consciência inorgânica”, explicando que nosso mundo é um mundo gêmeo, coexistindo com um mundo complementar povoado por “seres inorgânicos” — entidades que possuem consciência, mas não organismo. Ele classifica ainda esses seres, distinguindo os “primos de primeiro grau” de nosso mundo gêmeo dos “batedores” ou “exploradores” das profundezas do universo, alguns dos quais os feiticeiros chamam de “aliados”. Para dar a Castaneda uma experiência direta, don Juan o guia em outra jornada a partir do silêncio interior. No deserto de Sonora, Castaneda encontra dois seres que se identificam como seus aliados. Ao encará-los, ele consegue ver além de sua aparência humana para perceber sua verdadeira forma: manchas vibrantes e informes de luminosidade. Don Juan explica que isso é ver a energia diretamente, e que nossa cognição normal limita nossa percepção ao interpretar tudo. Ele instrui Castaneda a, doravante, encarar qualquer aparição com uma atitude inflexível para ver sua verdadeira natureza energética.

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O Lado Ativo do Infinito – A Visão Clara

Neste último capítulo do livro, Castaneda se encontra em um dilema, incapaz de lidar com o mundo das pessoas comuns após ser influenciado por don Juan. Sua nova percepção o leva a julgar a todos pelos padrões de impecabilidade de don Juan, o que causa uma crise em sua vida acadêmica e pessoal. Ele relata suas experiências com um chefe gentil mas passivo, Ernest Lipton, cuja impotência lhe lembra seu próprio pai. Don Juan o aconselha que o problema não está nos outros, mas em sua própria “autorreflexão”. O clímax ocorre um dia no campus da UCLA, quando Castaneda é dominado por um estranho tremor, perde sua visão normal e, pela primeira vez, “vê” conscientemente a energia diretamente — percebendo as pessoas como esferas luminosas e peludas. Ele tem a chocante revelação de que sempre percebeu a energia desta forma, mas nunca esteve ciente disso. A experiência termina com ele acordando inexplicavelmente em seu apartamento a quilômetros de distância. Don Juan confirma que ele “parou o mundo”, viajou a partir do silêncio interior e experimentou a “visão clara” ou “perder a forma humana”, deixando-o com a enlouquecedora questão do que o impediu de acessar essa percepção por toda a vida.

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A Mulher na Igreja – A Arte de Sonhar

Depois de ser deixado por don Juan, Carlos Castaneda ajoelha-se na igreja ao lado do desafiador da morte, um feiticeiro antigo que aparece como uma mulher. Inicialmente aterrorizado, fica hipnotizado pela sua voz e presença. Ele oferece-lhe a sua energia livremente, mas recusa os seus «dons de poder» obrigatórios. A mulher puxa-o então para a segunda atenção, revelando a igreja e a cidade como existiam numa época diferente, um produto da sua própria intenção. Ela explica a arte dos feiticeiros de criar reinos verdadeiros no sonhar através da visualização e da técnica das «posições gémeas». Castaneda explora este mundo onírico tangível com ela, aprendendo que só ela gera energia dentro dele. A experiência culmina numa percepção aterradora de que a sua realidade atual também pode ser um sonho partilhado, fazendo-o perder a consciência numa descida em espiral para a escuridão.

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Voando nas Asas do Intento – A Arte de Sonhar

Após um encontro prolongado com o desafiador da morte, Carlos Castaneda acorda e encontra a sua colega aprendiz, Carol Tiggs, a cuidar dele. Desorientado e parcialmente paralisado, ele descobre por ela que está num hotel depois de ter sido encontrado nu perto da igreja. A Carol, exibindo uma nova lucidez, explica que ambos estão a intencionar na segunda atenção, um dom do desafiador da morte que lhes permite sonharem-se noutro tempo. Castaneda é consumido por afeto por ela, mas é logo sugado para um vórtice. Mais tarde, acorda sozinho e descobre, por um don Juan angustiado, que esteve desaparecido durante nove dias e que a verdadeira Carol Tiggs nunca esteve lá. Don Juan deduz que o desafiador da morte usou a sua própria energia e a de Castaneda para criar uma «Carol de sonho» de puro intento, e que tanto a Carol real como o desafiador da morte se fundiram agora e escaparam deste mundo, voando nas «asas do intento» — um dom abstrato e um destino agora partilhado com Castaneda.

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Nota do Autor – A Arte de Sonhar

Nesta nota introdutória, Carlos Castaneda esclarece seu uso do termo «feitiçaria» para descrever os ensinamentos de seu mentor, don Juan Matus, distinguindo-o das definições convencionais. Ele explica que para don Juan, a feitiçaria consiste em manipular a percepção para acessar outros mundos reais, uma prática chamada «a arte de sonhar». Castaneda relata suas próprias experiências aprendendo esta arte, suas interações com dois grupos distintos de aprendizes e os desafios de reconciliar suas experiências na «segunda atenção» com a realidade cotidiana. Ele afirma que o propósito deste livro é reorganizar e apresentar as lições de don Juan sobre o sonhar de forma linear, possibilitada por anos de prática dedicada, e finalmente explicar o legado que don Juan deixou para seus últimos alunos como um ato de gratidão.

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Feiticeiros da antiguidade: uma introdução – A Arte de Sonhar

Neste capítulo, Carlos Castaneda relata a explicação de don Juan sobre os princípios fundamentais da feitiçaria, estabelecidos por brilhantes mas obsessivos «feiticeiros da antiguidade». Don Juan contrasta o foco deles no poder concreto com a busca dos feiticeiros modernos pela liberdade abstrata. A principal descoberta dos antigos foi a capacidade de perceber a energia diretamente, que eles chamaram de «ver». Isso levou à identificação da forma de energia humana como um «ovo luminoso» e sua característica crucial: o «ponto de aglutinação», um ponto de brilho que reúne os filamentos da energia universal em nossa percepção do mundo. Castaneda aprende que deslocar este ponto — seja como um «desvio» dentro do ovo luminoso ou um «movimento» para fora dele — é a chave para perceber outros mundos e é a base para a «segunda atenção» e a «arte de sonhar», que é definida como o deslocamento voluntário do ponto de aglutinação durante o sono.

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O segundo portão do sonhar – A Arte de Sonhar

Neste capítulo, Carlos Castaneda detalha sua jornada através do «segundo portão do sonhar». Depois de dominar o primeiro portão desenvolvendo sua «atenção de sonhar», ele é instruído por don Juan que a próxima tarefa é aprender a passar de um sonho para outro. Essa prática o leva a sentir sobressaltos de medo, que don Juan revela serem os contatos iniciais com entidades conscientes e não biológicas chamadas «seres inorgânicos». Esses seres são atraídos pela carga energética criada pelos sonhadores. Depois que os sonhos de Castaneda se fixam em dois seres inorgânicos em forma de vela, don Juan o guia para confrontá-los no mundo desperto. Castaneda luta fisicamente com um dos seres, um ato que estabelece uma conexão «aquosa» ou emocional que, segundo don Juan adverte, é perigosa e pode levar à dependência, embora abra a porta para a formação de alianças e a exploração de outros mundos.

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A fixação do ponto de aglutinação – A Arte de Sonhar

Neste capítulo, don Juan introduz o conceito da «espreita» como a arte de fixar o ponto de aglutinação, que é crucial para alcançar a «coesão» perceptual nos novos mundos acessados através do sonhar. Ele explica que a voz misteriosa que Castaneda tem ouvido em seus sonhos é o «emissário do sonhar», uma energia consciente mas impessoal do reino dos seres inorgânicos, na qual ele adverte contra confiar. Para ilustrar a longa e complexa história das interações dos feiticeiros com tais forças, don Juan conta a história do «inquilino», um feiticeiro desafiador da morte da antiguidade que sobrevive por milênios formando uma relação simbiótica e de drenagem de energia com sua linhagem de naguais. O capítulo culmina com Castaneda realizando um exercício prático de espreita da percepção, usando um mesquite para fixar um minúsculo desvio de seu ponto de aglutinação, o que o mergulha em um outro mundo totalmente sensorial e destaca a diferença entre o «desconhecido humano» procurado pelos antigos feiticeiros e o «desconhecido не-humano» que é o objetivo dos modernos.

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